Museu Pio XII festeja D. Frei Bartolomeu dos Mártires

Atividades

Publicações

O Museu Pio XII, no âmbito da missão desenvolvida pelo Instituto de História e Arte Cristãs (IHAC), reúne um conjunto de publicações que visa promover a inventariação, estudo e divulgação do espólio do Museu e da Arquidiocese de Braga.

Esta Fundação cultural da Arquidiocese de Braga, apoiada na extensão bracarense da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo da Arquidiocese de Braga procura promover a inventariação, recolha, organização, conservação, restauro, estudo e investigação do Arquivo Arquidiocesano de Braga e dos valores artísticos e arqueológicos que são património da Igreja Arquidiocesana de Braga.

Ao mesmo tempo, colabora na conservação, enriquecimento e beneficiação dos Museus Pio XII e Medina.

Desde 2017 o Museu Pio XII tem promovido ainda uma coleção de publicações dedicadas a artistas contemporâneos.

Activities

Publications

The Pius XII Museum, in the context of the mission developed by the Institute of Christian History and Art (IHAC), brings together a set of publications that aim to promote cataloguing, studying and disseminating the Museum's legacy. This Cultural Foundation of the Archdiocese of Braga, supported in the extension of the Faculty of Theology of the Catholic University of Portugal and the Conciliar Seminary of São Pedro and São Paulo of the Archdiocese of Braga, aims to promote cataloguing, collecting, organising, conserving, restoring, studying and researching the Archdiocesan archive of Braga and the artistic and archaeological values that are a heritage of the Archdiocesan Church of Braga.

At the same time, it collaborates towards conserving, enriching and improving the Pius XII and Medina Museums.

Since 2017, the Pius XII Museum has also promoted a collection of publications dedicated to contemporary artists.

Museu Pio XII festeja D. Frei Bartolomeu dos Mártires

Ao longo dos meses de outubro e novembro, o Museu Pio XII recorda o grande Arcebispo de Braga D. Frei Bartolomeu dos Mártires, associando-se à alegria da Igreja Universal e, sobretudo, da bracarense, pela proclamação de santidade daquele ilustre membro da Igreja que no Minho e no mundo espalhou virtude, fé, edificante testemunho e pureza do Evangelho.
Recordemos o seu nascimento a 3 de maio de 1514. Evoquemos a sua entrada no Convento de S. Domingos em Lisboa, com apenas 15 anos de idade. Lembremos o grande filósofo e teólogo em que se tornou, vindo a ser titular da Cátedra de Teologia no Mosteiro da Batalha. Ensinará também em Évora, antes de rumar a Lisboa, exercendo aqui o cargo de Prior no Convento de S. Domingos em Benfica.

Após porfiada recusa à rainha D. Catarina, sob imposição e censuras do seu Provincial, Fr. Luís de Granada, escolha confirmada pelo Papa Paulo IV, ei-lo nomeado para Arcebispo de Braga, decorria o ano da graça de 1559.

Entra em Braga sem pompa, em Braga vive com severa austeridade. Devora-o apenas a salvação das almas, das que lhe estão confiadas, das que a toda a Igreja estão confiadas. Por isso escreve e prega sem cessar, por isso se empenha, como ninguém – até lá longe, em Trento – na reforma da Igreja (universal).

 

Estas três cruzes datam do século XVI, são processionais, em bronze e têm em comum o remate dos braços em flor de lis.

 

Certamente que a história de D. Frei Bartolomeu dos Mártires em muitas outras páginas e púlpitos será contada. Aqui, queremos apenas fixar-nos nessas muitas visitas pastorais que realizou e nas pegadas patrimoniais que o Museu Pio II conserva dessa tarefa evangelizadora, suada e porfiada por tão zeloso Prelado.

As visitas pessoais realizadas pelo Arcebispo mereceram estudo e uma publicação de Franquelim Neiva Soares, sob o título: D. Frei Bartolomeu dos Mártires: Visitações Pastorais pessoais na Arquidiocese Primaz de Braga (1559-1582) .

Essas visitações pessoais ascenderam a 95. Passavam por três momentos: visita às igrejas e capelas e respetivos recheios; interrogatório das pessoas; emanação da sentença para correção dos abusos.

Não faltavam também os bons conselhos, as providências, das quais se podem destacar: os curas celebrem em todos os dias de preceito e denunciem quem, sem justa causa, falte à missa três domingos seguidos; sejam os fregueses admoestados à frequência dos sacramentos da confissão e comunhão; antes ou depois da missa, todos os domingos, não falte o ensino da doutrina; atalhem-se os restos de paganismo e idolatria (v.g., os clamores a penedos e montes, ou ofertar alimentos cozidos por serem melhores para a alma do defunto); proíbam-se os enfiamentos ou casamentos clandestinos; corrijam-se as extravagâncias nos funerais, sobretudo as comezainas (alguns chegavam a matar boi ou vaca, gastando nisso toda a terça dos sufrágios, quando não a fazenda do morto…).

Enfim, o Arcebispo quer o povo bem instruído, com boas práticas, em esforço de santidade. E para isso devem contribuir as visitações.

De três em três anos, no início do pontificado, com um pouco mais de espaço em avançando a idade, lá ia o Arcebispo por essa imensa Diocese (mais 1200 paróquias), a visitar e instruir, a animar e pregar, a corrigir e santificar. Não houve lugar onde não fosse, por mais íngreme ou inóspito. O Pastor tem que ir à procura de todas as ovelhas…Nem que elas morem lá para os lados do Barroso.

 

Denominação: Altar Portátil (com pernas articuladas)
Tipologia: Móvel de função combinada pertencente ao património móvel
Época/Data de Execução: Segunda metade do século XVI (?)
Dimensões Máximas: Altura 104,1 cm x Largura 84,6 cm x Profundidade 60 cm
Materiais: Madeira (castanho), Couro (tipo Moscóvia), Metal (liga de cobre e liga de ferro) e Têxtil (linho e seda)
Autor/ Atribuição: Desconhecida
Proveniência: Arquidiocese de Braga
Proprietário: Museu Pio XII

 

Em muitas localidades ficou pegada do Arcebispo: uma cruz, por ele mesmo doada, memória avivada de um Deus imolado pelos pecados da humanidade.

Dessas cruzes apresentamos aqui – estão expostas durante estes meses de outubro e novembro no Museu Pio XII – umas três, semelhantes, com alguns pequenos detalhes a diferenciá-las.

Mas a peça mais bonita exposta – aqui e no Museu – é o altar portátil de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, o altar que ele usava quando, não se avistando Igreja ou capela, tendo ele que celebrar, montava em qualquer local que lhe parecesse decente e adequado para a celebração da Eucaristia, alimentando-se assim e sempre do sagrado viático, alimento da sua caminhada, força da sua alma, requintada devoção do seu espírito.

Paulo Abreu